terça-feira, 8 de julho de 2014

Peço-lhe perdão, Hanna


Peço-lhe perdão, Hanna

  Um ídolo do futebol se machuca, toda a nação se comove. O Brasil inteiro é continuamente atacado, usurpado, ludibriado, golpeado e os brasileiros, alienados, entorpecidos, embotados, não se importam. Mesmo quando exauridos, oprimidos, esfoliados pelas trapaças e incompetências nossas. Para eles o que vale é torcer, festejar cada milionária partida da Copa. O presidente Lula chegou mesmo a dizer que queria inclusive mais jogos, para não ter que ouvir sobre mortes e notícias assim.

  Estranhos valores da maioria de uma nacionalidade que se diz seguidora dos ensinamentos do Cristo. O mesmo diria com igual estranhamento, se maioria fossem, dos seguidores de um Buda, de um Maomé e tantos outros sábios que passaram pela Terra para ensinar o amor, o respeito, a compaixão.

  Não sei exatamente quantos mais, acredito alguns milhões minoritários, todavia sei que eu sou solidário a você, jovem brasileira motorista do ônibus, Hanna Cristina Santos, vinte e cinco anos. Você trabalhava com dignidade, enquanto fizeram de sua filha Ana Clara órfã de cinco anos, vítimas ambas que são de uma sociedade nada séria, injusta, selvagem de fraternidade e de direitos essenciais inafastáveis.

  Em nome de meu país, do qual me constranjo profundamente, peço-lhe perdão, Hanna! Sua filha, sobrevivente, não terá os mesmos cuidados do endeusado jogador, nem de perto nem de longe.

  Brasil segue na barbárie do vale tudo. Sem Educação, sem Saúde etc. Enfim, sem Democracia de fato, onde todo poder que emana do Povo por esse mesmo Povo devesse ser exercido.

  Reforma Política ampla, geral e plena! Constituinte instalada para esse propósito exclusivo, em eleição com urnas eletrônicas de voto impresso, por razões óbvias. Na sequência, todo o Ordenamento Jurídico pátrio a ser trazido para o Século XXI, revisto e atualizado.

  Um país com Justiça Social e Desenvolvimento Sustentável é perfeitamente possível. A corrupção está nos Três Poderes porque está fora deles também, os quais somente refletem uma cidadania despreparada, ignorante, doente de princípios e ideais.

  Nos conceitos atuais da Nação brasileira, predominantemente, cristão não passa do sentido literal, esdrúxulo, de uma crista grande que se imagina no meio da testa.

  Portanto, a vocês duas, lídimas brasileiras, Hanna Cristina Santos, sua filha Ana Clara e mais uma outra vítima fatal desse mesmo instante, o servente de pedreiro Charles Frederico Moreira do Nascimento, também esmagado no concreto da imoralidade, minhas homenagens, meu reconhecimento, meu tributo, com a maior e sincera constrição de ser brasileiro. Ser brasileiro nesse Brasil das misérias, nesse Brasil dos cristãos de carnaval, da sacanagem, da volúpia, da cerveja e do futebol.

  Rico Brasil, pobre Brasil.

  Eu repito mais uma vez os seus nomes, Hanna Cristina Santos, motorista de ônibus, a sua criança Ana Clara, Charles Frederico Moreira do Nascimento, servente de pedreiro, para que não sejam tão rapidamente esquecidos e um dia possam ser lembrados exemplarmente como o fim de uma era, a era da canalhice e dos desmandos no Brasil, um ciclo que já vai durando 514 anos, ora com acentuada intensidade.

  Até esse momento, Ana Clara, sinônimo do futuro que insiste em não morrer, para além da prática de um perdão enorme e de renúncia que terá de aprender brutalmente - arrancaram-lhe a mãe, a amiga, a protetora -, não tem nenhuma razão para gritar gol. Nem ela nem qualquer brasileiro com um mínimo de consciência e decência de caráter.

  No lugar de torcedores, o Brasil deveria estar de luto. O luto da vergonha. Contudo, a vergonha na cara ainda é para poucos brasileiros.

  Embora as ruas ganhem os legítimos protestos desses últimos anos, por sua vez a truculência repressiva confirma um Estado violento, desmedido, covarde, marginal, fascista, de autoridades criminosas, insensíveis, assassinas, longe, muito longe, em lonjura de dimensão amazônica, daquilo que se pretende, uma civilização, um Estado Democrático de Direito. Que diga a família de Celso Daniel, morto pela cúpula do governo. Que diga Joaquim Barbosa, ameaçado de morte por esse mesmo bando da elite. Que digam alguns jornalistas que não se vendem os riscos que estão a correr. E vejamos nós o Decreto presidencial, sub-reptício, sorrateiro, dissimulado, de número 8.243, assinado aos 23 de maio de 2014, o qual ulula e pulula na vertente ditatorial do partidão, absolutamente inaceitável, malandro, embusteiro, surrealista, retrógrado.

  Com o "bolsa família" a comprar os milhões e milhões de fragilizados eleitores, somado à vulnerável urna eletrônica sem voto impresso, se nada for feito proximamente de reparo, mais Dias Toffoli presidindo as eleições de outubro, teremos o quarto mandato sucessivo dos presidentes Lula e Dilma, sem qualquer margem à dúvida.

  Já agora devo dizer que não sou nada, não sou ninguém, entretanto sonho com o dia em que os poucos atuais sejam maioria e a maioria presente se torne não mais do que uns poucos. Então teremos motivos para comemorar, quando tivermos postura!

  Assim manifestaremos coerente solidariedade à Ana Clara e a tantos mais, por essa emblemática Copa da Corrupção e da Violação dos Direitos Humanos, que não deixou em paz nem sequer os índios do Brasil.

  Estou certo de que não sonho sozinho!

  Embora a preponderância infeliz de hoje, da desonestidade, da hipocrisia, da insídia, da mediocridade, do vulgar.

  Brasil da crista grande, Brasil corruto que não sabe amar!

  Você se importou, você foi verdadeiramente heróica, Hanna!


FMV, Professor
http://avidanobrasilenomundo.blogspot.com   
http://porumbrasilnovo.blogspot.com 

Post Scriptum


Código das XII Tábuas da Democracia para o Terceiro Milênio

Decálogo do Neocomunismo no Brasil

Cartilha do Bom Brasileiro

198 Regras para Derrubar os Impostores da Pátria

Vamos construir uma Nação ou vamos continuar no ‘puteiro’?

Regime Democrático Militar
http://regimedemocraticomilitar.blogspot.com